A total reafirma que “o conteúdo local e emprego são parte integrante de um dos maiores projectos de gás natural liquefeito (GNL) em curso no continente”.
O projecto Área 1 Moçambique é um dos três projectos de GNL em curso ao longo da costa de Moçambique, e um dos maiores do mundo. Espera-se que o projecto de dois comboios produza cerca de 65 triliões de pés cúbicos de gás recuperável, com capacidade para se expandir até 43 milhões de toneladas por ano.
Depois de ter adquirido uma participação de 26,5% no projecto por 3,9 mil milhões de dólares no ano passado, a Total lidera agora o projecto de GNL de Moçambique – actualmente avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares tornando-o na maior transacção de sempre de dívida única em África.
“A assinatura deste financiamento de projecto de grande escala, menos de um ano após a Total ter assumido o papel de operador do GNL de Moçambique, representa uma realização significativa e um marco importante para o projecto”, declarou Total CFO Jean-Pierre Sbraire num comunicado de imprensa.
Bescond explica que o foco da Total, em parceria com o governo de Moçambique passa por “aumentar a competitividade das empresas locais de modo a que estas possam maximizar as oportunidades de participação local”. Um dos objectivos do projecto é atribuir 2,5 mil milhões de dólares em contratos a empresas moçambicanas ou moçambicanas registadas, representando mais de um terço do total do contrato onshore.
“Consequentemente, as empresas estrangeiras que queiram trabalhar no projecto devem valorizar a parceria local. De facto, o conteúdo local não é opcional mas sim obrigatório”.
Acrescenta que, para uma empresa não moçambicana ser considerada como parceira, espera-se que a empresa compense através de um programa de construção de capacidades de alta qualidade.
“Estamos apaixonados pela parceria com empresas moçambicanas por muitas razões. Uma é que, embora sejamos especialistas no sector da energia, compreendemos que ninguém conhece o país melhor do que o seu povo”.
Estas parcerias também facilitam o aprovisionamento de capacidade local em termos de mão-de-obra e fornecedores, bem como a transferência de conhecimentos e competências. O projecto emprega actualmente mais de 5 000 moçambicanos, e 83% da mão-de-obra em Afungi é constituída por nacionais locais. Até à data, foram concedidos mais de 850 milhões de dólares a empresas registadas localmente, incluindo 200 milhões de dólares a empresas de propriedade moçambicana.
Alguns exemplos de oportunidades de contratação para o projecto incluem serviços especializados de recrutamento, o fornecimento de equipamento e materiais eléctricos, fontes de alimentação portáteis e o fornecimento de ferramentas eléctricas.
Bescond acrescenta que “o primeiro passo para os fornecedores que queiram fazer negócios com o projecto Moçambique LNG é registar-se no Sistema de Registo Total de Fornecedores para receber actualizações e informações sobre as próximas oportunidades de contrato. Isto permitirá aos fornecedores criar um registo de fornecedores com informações básicas da empresa com detalhes sobre produtos e serviços. Também aumentará a transparência e a concorrência, ao mesmo tempo que reduzirá os problemas associados à duplicação”.
Os fornecedores interessados podem, de resto, responder aos anúncios de manifestação de interesse da Total, que aparecem nos jornais locais e no website do projecto.
Bescond confirmava à publicação especializada Mining Weekly em Novembro de 2020, ainda antes da suspensão de actividade anunciada no final de 2020, que, apesar dos desafios do covid-19 e da ameaça de uma insurreição militante em curso nas proximidades, “o projecto continua a fazer bons progressos em direcção às primeiras cargas de GNL em 2024, com a construção de infra-estruturas facilitadoras em bom andamento e algumas já concluídas.
“Em 2021 haverá uma mudança de enfoque da construção de infra-estruturas facilitadoras para o desenvolvimento das instalações de GNL”.